17 de abril de 2013

Tolerância

O Ponto de Cultura Mirante e a Obra Social Nossa Srª das Graças irão realizar um trabalho referenciado no curta metragem "Tolerância "  de Ivan Ramadan.
O curta  foi produzido na Bósnia e Herzegovina no ano de 2008,  com diversas premiações, trata-se de curta-metragem de animação que traz uma forte mensagem contra a intolerância. 
Sobreviventes da Era do Gelo, no centro da Bósnia, um ser se descongela com a mudança de clima.  passa a reunir blocos de pedras e construir a sua pirâmide, sem saber que outro faz o mesmo, bem próximo. Mas cada qual pensa diferente e ao invés de um ver no outro um vizinho, passa a atacar um ao outro, tornando-se inimigos, arremessando as próprias pedras de suas construções. A menção ao centro da Bósnia e o fim da Era do Gelo, provavelmente seja para contextualização das origens dos conflitos étnicos na região, desde sempre, fruto justamente desta intolerância, que existe em outras partes do planeta, como Israel e Palestina, Irlanda e Inglaterra, País Basco e Espanha, as duas Coréias, e uma lista imensa, se formos catalogar, pensando no macrocosmos, e colocando a lente sobre o microcosmo, as brigas entre famílias no Nordeste brasileiro, de alguém vingar a morte de um familiar, matando um integrante da família adversária e outras coisas mais.
 O filme traz uma metáfora sobre  a intolerância,  que diversas vazes fica congelada, anestesiada, mas que de era em era, de tempos em tempos, como ciclos, torna a descongelar e se mostrar, por fazer parte da natureza humana, que precisa ser trabalhada através do convívio social, da estipulação de regras de convivência mútua.
Ótimo material para discutir as relações humanas, o convívio em sociedade e no ambiente escolar. De debater sobre situações intolerantes que ocorrem todos os dias ao nosso redor.
Entre a diversidade e a adversidade, existem mais do que algumas letras para fazer a diferença.
De fato, as divergências, se administradas com intolerância, levam ao erguimento de muralhas, de castelos, de monumentos vazios e da destruição mútua, assistimos isto seguidamente nos telejornais, de países em guerras, conflitos seculares por conta de questões religiosas, disputas de território, de riquezas e tudo mais, quando se deveria saber conviver juntos, construir juntos, divergir juntos, respeitando a opinião alheia, sem que fosse preciso partir para o ataque pessoal, seja com ofensas, ou literalmente, como no vídeo, com pedras e paus, e na vida real, com tiros, bombas e coisas piores., defender um ponto de vista é natural, agredir um adversário, não. 
Enfim, um belo vídeo para abrir uma saudável discussão, afinal, o vídeo ironicamente se chama tolerância, para mostrar justamente o oposto; assim como muitos discursos que começam progressistas mas escondem uma prática ultraconservadora. Paradoxos do cotidiano que precisamos debater na sala de aula, na escola como um todo, não apenas com alunos, mas entre colegas educadores - que também possam agir de forma intolerante, sem se dar conta - e levar para a comunidade escolar, além dos muros da instituição esta discussão. O bullying, por exemplo, tão discutido hoje em dia, às vezes surge de uma pequena pirâmide que é construída pedra sobre pedra, até tornar-se um imenso monumento à intolerância. E o bullying na escola, não é apenas entre alunos, existe outras formas. Há bullying de aluno contra professor, de pais e/ou responsáveis contra professores, por conta da defesa intransigente que alguns adultos fazem dos atos injustificáveis e indefensáveis das crianças e jovens, muitas vezes por conta da omissão, tentando se redimir dos erros, encobrindo os seus e acobertando os deles.







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