18 de julho de 2012

Multiplicações - Água Viva



O Ponto de Cultura Mirante visitou a exposição "Multiplicações" dos artistas plásticos Victor Monteiro e Raphael Araújo, na Galeria de Arte Espaço Universitário, aconteceu também uma conversa com Victor Monteiro, que falou um pouco sobre seu trabalho.

Visitamos também  a  Instalação"Água Viva" de  Shirley Paes Leme.



Quer visitar também?


Multiplicações, até o dia 31 de Julho de 2012.
Local: Galeria de Arte Espaço Universitário (UFES - Campus de Goiabeiras) 
Visitações: Segunda à sexta, das 8 h às 18 h
Maiores informações:
(27)  3335-2371 

Água Viva, até o dia 12 de Agosto de 2012
Local: Museu da Vale
Visitações: Terça à sexta: 8h às 17h - Sábados e domingos: 10h às 18h Maiores informações: (27) 3333-2484

Multiplicações - Victor Monteiro e Raphael AraújoEsta mostra, proposta e composta de desenhos cometidos por Raphael Araújo e Victor Monteiro, não busca eternizar imagens e/ou conceitos – mas a instituição de uma nova imagem, uma emergência – aquilo que Foucault nomeia de “a atualidade” . Aqui não surgem como estruturas representativas de alguma fonte inspiradora – mesmo que coletadas em matrizes referenciais diversas: seja no cinema – onde “cenas/imagens”, captadas pelo olhar atento de Raphael, saltam ao primeiro plano com suas manchas e marcas de limite tênue entre continente e conteúdo – a cor é desenho, a mancha é estrutura e a linha insere e personifica ações. Ou ainda quando Victor, a partir de um corpo/modelo sem “vestes e vistas” – aqui posto como agente provocador/propositor do ato desenho - trabalha para dar-lhe algum contorno, sem confiná-lo ou conformar sua espacialidade. Elabora traços e gestos vigorosos com linhas – estruturas que instauram seu desenhar - que delineiam e configuram seus modos de fazer, pensar e delinear-se neste processo.

Raphael Araújo e Victor Monteiro apresentam aqui o encantamento pela disposição das coisas e pelo modo como nosso olhar é confrontado – se nos propormos a tal provocação – com as coisas do mundo. Como dispara o Poeta Salomão – nosso Douglas – “Meus olhos olham para as coisas sem a minha permissão”. Eis o imperativo: permitir-se às imagens destes dois olhares singulares, aqui apresentadas."




Água Viva - Shirley Paes Leme

Água Viva é o título de um livro escrito por Clarice Lispector em 1973. Shirley Paes Leme emprestou o título para esta exposição e usou frases extraídas do livro como parte de sua própria obra, desse modo demonstrando respeito e transmitindo sua admiração pela grande autora brasileira. Os textos de Clarice exploram a linguagem profunda como expressão direta da existência humana. Ao usar vários materiais e suportes, Shirley Paes Leme lança uma investigação sobre a condição humana em nosso meio ambiente.
O tema da exposição é a água, em todos os seus versáteis aspectos. A instalação Água dura, que se encontra na primeira galeria, contém diversas panelas de cerâmica, dispostas aleatoriamente sobre o chão, próximas a uma grande panela de ferro, na qual se encontram resíduos químicos resultantes da evaporação de água de torneira. Os ceramistas locais, conhecidos tradicionalmente como “paneleiras”, impregnam seus produtos com um agente extraído das cascas das árvores do mangue. A instalação alude à velha noção dos quatro elementos: Terra (argila ou minério), Água, Fogo (no que se refere ao uso de fornos) e Ar (evaporação). Esse processo tornou-se parte de uma manifestação escultórica.
No espaço adjacente, a instalação Olho d’água faz uma reinterpretação dramática do título, que originalmente descreve um ponto de encontro onde a água é fornecida tanto para os seres humanos quanto para os animais. O espaço aqui é totalmente envolto por lâminas de alumínio iluminadas, que constroem um delírio óptico infinito, criando uma experiência quase física de ser sugado por um redemoinho e atirado num abismo.
No longo hall da segunda galeria, a instalação Água viva é concebida como sugestão e estímulo da comunicação entre os seres humanos e os meios. Aqui, a artista faz a conexão entre uma poética visual e os pântanos do mangue na costa próxima. Shirley Paes Leme recita as palavras de Clarice Lispector, moldando as inscrições nas paredes de modo a evocar as raízes do mangue, refletidas nas lâminas de alumínio brilhante da “água”. O espaço contém também uma projeção em tempo real da paisagem marítima do exterior do museu, desse modo pleiteando uma inter-relação fluida entre o museu e seu entorno.
Os desenhos em grande escala, todos pertencentes à série Fontes, estão localizados no andar superior do prédio administrativo. O gesto dos desenhos reflete sobre a figura do crescimento, tirada dos mangues. Ao usar tinta e resina, originadas das cascas das árvores do mangue, a artista tenta evidenciar o seu tema ao máximo. O título Palavra d’água para os desenhos sobre alumínio sugere algo semelhante a um oráculo artístico nascido da água.













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